sexta-feira, maio 20, 2005

Almourol, a lenda do Mouro e de Beatriz

Desculpem, mas não resisti a inserir uma foto de Almourol.
Dedico-a à Sílvia, embora sabendo da sua antipatia militante contra a minha desgraçada profissão, contrastante aliás com a sua ridente simpatia.
Por isso não vou aqui contar a história do Castelo. Muito menos vou dizer que terá sido “em tempos que já lá vão” um castro da Idade do Ferro, aproveitado pelos romanos, como o comprovam alguns achados arqueológicos. Também não direi que por lá terão passado alanos, visigodos e muçulmanos. O facto da zona constituir-se como uma importante estrada fluvial, bem como o seu interesse pesqueiro concedeu-lhe uma importância militar. Mas pode a Sílvia ficar descansada que não direi que o Castelo foi tomado por D. Afonso Henriques, tendo ficado na posse dos templários, cujo Mestre Gualdim Pais o terá mandado reconstruir, como o refere a placa que encima a porta do Castelo. Também não mencionarei que depois da extinção da Ordem do Templo, o Castelo passou para o senhorio da de Aviz.
O que eu quero é recontar uma das lendas que estão associadas ao Castelo e que vem publicada na obra, Os Mais Belos Castelos de Portugal: a lenda do Mouro e de Beatriz.

Era alcaide do Castelo D. Ramiro, um homem feroz e violento, destacado nas lutas contra a moirama e que um dia escravizou um jovem mouro, depois de matar a sua mãe e sua irmã, diz-se que de uma forma completamente fútil. O jovem passou a viver no Castelo, como pagem, secretamente jurando vingança. O primeiro acto da sua jura foi envenenar a mulher de D. Ramiro, mas por vezes o destino prega partidas. Tinha o Alcaide uma jovem e bela filha – Beatriz – pela qual o jovem mouro se apaixonou, sendo o sentimento recíproco. Um dia Ramiro resolve conceder Beatriz em casamento a um Alcaide das redondezas. Os dois jovens amantes fogem sem deixar rasto, o amor venceu! D. Ramiro, o feroz guerreiro, senhor de Almourol, morre de desgosto e, ainda hoje, na noite de S. João, no alto da torre de menagem aparecem enlaçados no seu amor, o Mouro e Beatriz. A seus pés, Ramiro pede perdão. Da boca do jovem Mouro surge a resposta – MALDIÇÃO!!!

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